Djoko, o Maior!?

Ele queria ser amado, será reconhecido! Suficiente?

Ele gostaria do calor dos afetos, se contentará com a incontestável frieza dos números?

A sua eficiência nubla a estética e a elegância, se ressente?

Creio que sim, a sua dor tem nome: ressentimento!

Como cartão de visita, apresentou-se como grande imitador; porém, queria mais…

Sem a fleuma suíça e a tradição espanhola, lhe emprestaram o estigma sérvio.

Sem o conforto para enfrentar o frio da Basileia, nem os prazeres do calor de Mallorca, trouxe para as quadras o clima da guerra: o gélido calor!  

Como refugiado, sua arma não poderia ser o ataque; mas jamais esquecerão o poder do seu contra-ataque.

Com o tempo, o filho da guerra perdeu a leveza, mas ganhou intensidade dos obstinados sobreviventes. Torço para que ele consiga chorar, seria o caminho para voltar a simplesmente sentir o presente e abandonar o re-re-re-ressentimento dos tempos da guerra.

P.S. Ah, sim, só para registrar, o seu técnico e a juíza da final são croatas. Um caminho para a paz pessoal.

Sobre Hemerson Ari Mendes

Psicanalista (Sociedade Psicanalítica de Pelotas – Febrapsi - IPA), médico psiquiatra (UFPel), mestre em saúde e comportamento (UCPel). É diretor da Clínica Ser e durante 18 anos foi professor de Psiquiatria e Psicologia Médica na Faculdade de Medicina UCPel, atualmente, licenciado. Sim, também, disgráfico.

Publicado em 11/07/2021, em Psicanálise e psiquiatria. Adicione o link aos favoritos. Deixe um comentário.

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